Saudações…
Quero ao iniciar esta saudação, parabenizar o aniversariante do dia, professor Vingt-un Rosado, por mais um profícuo ano de vida, e a Loja Jerônimo Rosado, por mais essa Noite da Cultura, que se situando nas proximidades das celebrações do dia 30 de setembro, serve sempre de preâmbulo para a exaltação da liberdade que de a muito, constituiu-se em marca da personalidade do mossoroense.
Fácil é verificar, pelos patronos das nossas ruas e avenidas, a impregnação da cidade com os ideais de liberdade e resistência à o-pressão. Vários pro - homens, foram responsáveis, ao longo da glorio-sa história do município, por forjar esta tempera libertária – o tribuno da liberdade, Almino Álvares Afonso com destaque entre eles.
Um seu neto, está hoje entre nós: professor Almino Monteiro Álvares Afonso. E se a 28 de setembro de 1883 seu avô, quando re-tornava de viagem a Fortaleza, foi recepcionado por uma comissão de maçons, designada pela Loja 24 de Junho, hoje, não só a maçonaria, mas o povo em geral, recebe o neto neste Templo consagrado à virtu-de, em magnífica sessão branca, para ouvir-lhe a oração, de onde ha-veremos de haurir a fortaleza de que temos necessidade, nesta quadra difícil para a intelectualidade norteriograndense, com o desapareci-mento do jornalista Jaime Hipólito Dantas, do memorialista Raimundo Nonato da Silva e das sabidas dificuldades de manutenção da impor-tantíssima Coleção Mossorense que a duras penas consegue lançar hoje 124 títulos, coroando o esforço hercúleo do professor Vingt-un Rosado.
“Noblesse oblige” – era o dístico ibérico, significando que os de sangue nobre, se viam no dever de honrar com a própria vida, a memória dos seus ancestrais. Já não vigoram, desde há muito, os esta-tutos de sangue, mas os exemplos deixados pelos nossos maiores, continuam a nos orientar os passos e o exemplo temo-lo no orador oficial desta noite, pois se não tem lutado pela libertação dos escravos negros, como fizera seu avô, colocou porem, sua inteligência, na defe-sa dos espoliados, escravos modernos da injustiça social.
Formado em Direito, em 1954, pela tradicional Faculdade do Largo São Francisco, orador de sua turma de formandos, iniciou desde então, uma intensa e profícua vida intelectual e política, que resumi-remos a seguir:
- Deputado Federal pelo Estado do Amazonas em 1958, pelo PTB; reeleito em 1962 com a maior votação até então alcançada na-quele Estado, de onde é natural.
- Ministro do Trabalho e da Previdência Social no Governo João Goulart em 1963, tendo depois seu mandato de Deputado cassa-do pelo Golpe de Estado de 1964, permanecendo exilado por 12 anos, primeiro na Iugoslávia e depois no Uruguai, Chile, Peru e Argentina, exercendo nesse período, as funções de Consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT – ONU), Professor da Universidade Católica do Chile e Diretor da Escola Latino-Americana de Ciências Políticas e Administração Pública, em Buenos Aires.
- Voltando ao Brasil em 1976, estabeleceu-se em São Paulo, retornando às atividades intelectuais e políticas , tendo sido então eleito Vice-Governador do Estado.
- Publicou as obras “Movimento Camponês Chileno” e “Re-forma Agrária e Participação Popular” como resultado de pesquisas realizadas no exterior, durante o exílio, e ainda o livro” Espaço entre farpas”, reunindo artigos publicados em jornais.
Meus Senhores, minhas Senhoras,
Saudamos pois, neste instante, o orador, o político, o professor Almino Monteiro Álvares Afonso, que atendeu prestimoso ao convite para vir da distante São Paulo, abrilhantar mais uma Noite da Cultura.
Muito Obrigado